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Quarteto Achillea / Um cravo para Celeste
abr.
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Quarteto Achillea / Um cravo para Celeste

Um Cravo Para Celeste

Bebendo da música de raiz tradicional, dos cantares rurais tradicionais, do fado, das cantigas de amigo, das músicas palacianas oumesmo da criação totalmente nova, o quarteto Achillea tenta o programa camerístico, fugindo à tradição clássica estabelecida do repertório do quarteto de cordas (já representada por renomados agrupamentos nacionais e internacionais), embrenhando-se num mundo de diferentes sonoridades, de esbatimento de fronteiras, criando uma expressão e identidade próprias, distintas, abrindo um novo espaço à escuta. concerto: Um Cravo Para Celeste

Pelo desejo de honrar a memória daqueles que, sendo ilustres desconhecidos, ajudaram a fazer nascer o sonho da Liberdade, nasceu este projecto, sob o nome de Celeste Caeiro, a mulher que ofereceu o cravo à revolução de Abril e que aqui homenageamos.

Da beleza do seu gesto aparentemente singelo e generoso mas, simultaneamente, tão forte simbolicamente, reflectimos sobre o poder das pequenas e simples acções e de como elas podem alterar a consciência colectiva de todo um povo. De repente, o cravo abriu-se não só como uma flor sanguínea, do coração, mas, também, como um flúvio de esperança, num mundo mais justo e mais belo.

Essa esperança que se multiplica nas milhentas pétalas do cravo – flor que não é da realeza, como a rosa ou o lírio, mas que é do povo e que, como ele, é resistente, de caule rijo e flexível – foi-nos entregue por esta mulher que, sem o saber, e com total desprendimento, se deu a nós e se tornou, ela também, símbolo do dia mais bonito da nossa História colectiva.

A ela, mulher incógnita do povo, e a todos aqueles que, na escuridão das sombras, se deram a si, às suas vontades e aos seus corpos
de formas que nos parecem inimagináveis, oferecemos este concerto, juntando a nossa arte no melhor das nossas capacidades, a este fôlego que não queremos que esmoreça nunca.

Nenhum de nós viveu este dia, pois ainda éramos apenas matéria “insonhada” dos nossos pais, mas todos o recordamos, por via da
eterna Celeste, que coloriu de vermelho o nosso imaginário, espalhando uma manta de pétalas folhadas sobre as armas e os homens que as empunhavam. Foi ela que ligou, num acaso feliz da sorte, todos os eventos, toda a confusão que se gerou naqueles momentos. Ela uniu os corações. Não esqueceremos e tudo faremos para continuar a espalhar os seus cravos, por cima dos olhos e brotando pelos ouvidos daqueles que nos quiserem escutar.

Neste programa, olharemos assim, e como sempre será nos projectos do Achillea, de forma refrescada, para muitas das músicas que, também com as suas cores, ajudaram a multiplicar a pintar a revolução nas nossas mentes. As músicas que conhecemos e sabemos de cor, que nos enchem os ouvidos e das quais não nos cansamos. Olharemos, assim, de frente para alguns dos compositores e autores dos temas que inundam o nosso imaginário, mas teremos, também, um original muito especial e que dá o seu nome a este programa…

Até sempre, Celeste!

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