O calcanhar de Aquiles dos Sambacalao é não terem estudado a fundo a mitologia grega, daí fazerem analogias que nada têm a ver com a sua música. Ou seja, a erudição académica não é o seu forte e definições não são a sua praia. Mas jeitinho com as palavras eles têm (ah isso têm!!!): com as palavras profundas dos sambas velhos; com as alegrias descritas no samba de roda, com os versos sofridos dos boleros antigos, com a ginga falada de uma coladera, com os agudos inenarráveis de alguns chorinhos malemolentes e até com os argumentos hilariantes de alguma ranchera perdida. Diogo Picão e Olmo Marín, dois ibéricos que se afastaram a nado do mar Mediterrâneo para se aninharem na América do Sul, encontram-se algures entre Lisboa, São Vicente e Recife num triângulo das bermudas só seu onde o frio não entra e as canções são donas e senhoras de tudo. Um deles foi pai e outro furou a orelha, sendo que, até agora, não está provado que algum desses dois acontecimentos tenha alterado as suas belas capacidades musicais. Venham à Bota comprovar.
Diogo Picão - voz, saxofone soprano
Olmo Marín - voz, guitarra de 7 cordas
Entrada: 10 BOTAS